Parece sem sentido, mas é isso mesmo. Tela e papel funcionam ao contrário no que diz respeito a retenção de informação.
Confira a diferença entre ler um texto longo num monitor de computador e ler o mesmo texto impresso. Entenda a razão e como isso pode ajudar nas suas leituras e estudos.
Confira a diferença entre ler um texto longo num monitor de computador e ler o mesmo texto impresso. Entenda a razão e como isso pode ajudar nas suas leituras e estudos.
A
tela do computador, tablet ou celular não são
alternativas ao bom e velho papel.
Ler
numa tela que emite luz não retêm nem 30% comparado com ler no
papel, que reflete luz[1]. Há
estudos científicos que comprovam isto.
O que a experiência mostra (no papel)
Você digita um texto no computador, corrige e aparentemente está
tudo perfeito; você imprime, vai conferir e leva um susto! "Meu
Deus! Como não vi isso antes?" - vários
erros passaram batidos...
A
equipe da Folha de São Paulo fez uma experiência[2]: comparou um grupo de que leu uma matéria num jornal impresso e outro, lendo a mesma matéria, no tablet. Três meses depois foram fazer uma
revisão e constataram que os leitores do jornal impresso deram de 10
a 0 nos outros que leram no tablet!
Em
2002, pesquisadores das universidades britânicas de Plymouth e Bristol sugeriram que
lembramos melhor daquilo que lemos em papel.
Dois anos depois, psicólogos das universidades suecas de Karlstad e Gottenburg acrescentaram: monitores eletrônicos são lanternas de estresse, e rolar páginas digitais distrai mais do que virar páginas reais.
Ainda em 2004, um estudo da universidade francesa de Bretagne-Sud apontava que o e-book "dificulta a recordação de informação assimilada", enquanto o papel "tende a facilitá-la".
Haveria uma "relação crítica" entre o manejo do objeto e o processamento mental do texto.
Dois anos depois, psicólogos das universidades suecas de Karlstad e Gottenburg acrescentaram: monitores eletrônicos são lanternas de estresse, e rolar páginas digitais distrai mais do que virar páginas reais.
Ainda em 2004, um estudo da universidade francesa de Bretagne-Sud apontava que o e-book "dificulta a recordação de informação assimilada", enquanto o papel "tende a facilitá-la".
Haveria uma "relação crítica" entre o manejo do objeto e o processamento mental do texto.
O "papel" da tecnologia
Numa
tela digital, que emite luz, as cores fundamentais são RGB (Red,
Green e Blue - Vermelho, Verde e Azul) - que somadas dão Branco:
2-Cores RGB |
Quando
lemos numa tela digital, RGB, O mecanismo mental de processamento na
retina é completamente diferente de quando lemos num livro impresso,
onde as cores fundamentais são CMYK (Cyan, Magenta, Yellow e
Black(Key) - Ciano, Magenta, Amarelo e Preto), cuja soma dá a cor
Preta - chave, Key.
3-Cores CMYK |
Tudo isso se passa no nosso cérebro. O mecanismo mental reage diferente, pois os meios são diferentes. É um fenômeno neurológico.
A "tecnologia" do papel soma na hora da leitura, enquanto na tela, subtrai, ou seja, lendo na tela digital nós perdemos enquanto
ganhamos lendo no papel.
Os seus olhos "reclamam"!
A
única diferença que percebi ao ler na tela do PC, desde o início,
foi o cansaço visual que causava. Nada de extraordinário pois é
normal acontecer.
Levado
pela onda da empolgação com a tecnologia digital, fiz um esforço
no sentido de “aposentar o papel”.
Em preparação para fazer o ENEM em 2013, eu tinha 3 opções: ler as apostilas direto na tela do PC, imprimir tudo ou adquirir um tablet.
Tentei debalde ler no PC, já sabendo que não seria muito viável, porém insisti por teimosia e por estar empenhado na “luta” anti-papel.
Resolvi então imprimir aos poucos, sem no entanto desistir do propósito de encontrar uma forma mais “moderna” de ler, sem os inconvenientes de lidar com papel, buscar “escaneando” linha por linha com os olhos uma informação impressa, quando basta digitar algumas teclas diante do computador para achar uma palavra ou frase.
O cansaço visual serve de alerta
A novidade dá a idéia de “evolução”. Antes era o livro impresso, apostilas e cadernos. Hoje, na “era digital”, nada mais natural que deixar para trás a “papelada”, a “burocracia”. Não me passava pela cabeça haver uma diferença tão grande entre os dois meios de leitura. Só os olhos me "avisavam" que estavam cansados...Naquele ano da preparação para o ENEM, comprei o tablet. Aliás eu havia pesquisado também os e-books. Contudo, a falta de recursos multimídia nestes aparelhos me desanimou. O fato é que justamente a falta destes recursos ajuda e muito, pois as notificações de mensagens e vídeos tiram a sua atenção da leitura
Apesar de um
pouco melhor a leitura no tablet comparado ao monitor, pela
experiência que tive, a melhora estava apenas na portabilidade, uma
vez que a tela deste aparelho emite luz da mesma forma, além de não dar
para ler ao ar livre, onde é forte a claridade natural provocando reflexo na tela.
Anos depois, finalmente fiquei convencido com relação à leitura
de livros principalmente, da superioridade do papel e dos leitores eletrônicos (e-readers).
Porém a motivação era somente acabar com o cansaço visual, além
de preservar a vista para enxergar bem por mais tempo. Os seus olhos "reclamam".
No início do ano de 2017 tomei conhecimento das descobertas da neurociência, através de uma palestra do saudoso professor Pierluigi Piazzi.
A melhor tecnologia para leitura não é a da moda
No início do ano de 2017 tomei conhecimento das descobertas da neurociência, através de uma palestra do saudoso professor Pierluigi Piazzi.
O grande equívoco
que muitos de nós caímos foi esse. Consideramos os novos recursos
criados como modismo, onde o novo é sempre melhor, como a televisão
de LED é superior a CRT preto e branca dos primórdios.
No caso da tecnologia da televisão sim, porém quando o assunto é leitura, as únicas alternativas ao papel são os e-readers ou leitores eletrônicos, com o diferencial da tecnologia que simula papel. A tecnologia usada em aparelhos desenvolvidos especialmente para a leitura: aqui os três mais populares são o Kindle, o Lev e o Kobo.
No caso da tecnologia da televisão sim, porém quando o assunto é leitura, as únicas alternativas ao papel são os e-readers ou leitores eletrônicos, com o diferencial da tecnologia que simula papel. A tecnologia usada em aparelhos desenvolvidos especialmente para a leitura: aqui os três mais populares são o Kindle, o Lev e o Kobo.
1- Professor Pierluigi Piazzi - Leitura e Educação no Brasil - entrevista (Youtube, especificamente aos 49:20)
2- ZH Planeta Ciência: "Papel supera telas em compreensão de texto, dizem cientistas";